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Desde 2022, Maringá teve 180 professores da rede municipal afastados após diagnósticos de problemas de saúde mental. Os dados foram disponibilizados pela Prefeitura de Maringá, em resposta a um requerimento formulado pela vereadora Professora Ana Lúcia (PDT) e aprovado na Câmara Municipal.
Atualmente, a rede municipal de ensino de Maringá conta com aproximadamente 6 mil profissionais, dos quais 3 mil são professores, segundo dados do próprio município. O requerimento 1236/2024, aprovado pela Câmara em outubro de 2024, questionou o Executivo sobre “o número de atestados de saúde mental na educação, nos últimos anos, declinando a quantidade de atestados por ano de 2022 a 2024”.
A resposta da Prefeitura veio em novembro daquele ano. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (Seduc), foram 180 afastamentos entre 2022 e 2024. Em números específicos, foram 40 afastamentos em 2022, 61 em 2023 e 79 em 2024. “Trantorno depressivo”, “Transtorno afetivo bipolar”, “Ansiedade generalizada” e “Transtorno de pânico” foram os diagnósticos mais comuns apresentados pelos profissionais, de acordo com a relação da quantidade de atestados presente na resposta do Executivo à vereadora.
Neste mês, a própria Ana Lúcia protocolou um novo requerimento na Câmara, solicitando a atualização dos dados relativos ao ano de 2025.
“Não são apenas números. São pessoas. São professores, educadores infantis, auxiliares, profissionais que estão todos os dias construindo o futuro da nossa cidade e que, por sobrecarga, desvalorização e falta de apoio, estão chegando ao limite. Os diagnósticos mais frequentes envolvem transtornos de ansiedade, depressão e episódios graves que afetam profundamente a qualidade de vida e o desempenho profissional”, afirmou a parlamentar ao Maringá Post.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Maringá, que se manifestou por meio de nota. De acordo com o município, existem projetos do poder público em andamento visando a preservação da saúde mental dos servidores da educação. Leia a nota na íntegra:
“A Prefeitura de Maringá informa que tem projetos e políticas públicas voltadas à saúde mental dos profissionais da educação. A Secretaria de Gestão de Pessoas (Segep), por meio da Diretoria de Saúde Ocupacional e da Escola de Governo, implantou neste ano o projeto ‘Cuidar de Quem Ensina’, voltado para gestores educacionais e que inclui módulos sobre saúde mental e comunicação não violenta. O Núcleo de Justiça Restaurativa também desenvolve ações voltadas para o acolhimento, promoção do diálogo e resolução de conflitos.
Além disso, há o programa ‘Um Outro Olhar’, que desenvolve ações de promoção e prevenção à saúde mental dos servidores de todos os setores. Por meio da iniciativa, os servidores são acolhidos com escuta qualificada e são atendidos por equipe multiprofissional, formada por assistente social, psicólogos e terapeutas ocupacionais. O programa inclui visitas nos locais de trabalho, orientação quanto ao desempenho laboral consoante à situação de saúde, atividades coletivas de educação em saúde e encaminhamento para tratamento específicos, quando há necessidade.“