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Em cinco anos, Maringá pagou R$ 4,9 milhões em indenizações por quedas de árvores

Em cinco anos, Maringá pagou R$ 4,9 milhões em indenizações por quedas de árvores

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Em cinco anos, a Prefeitura de Maringá pagou pouco mais de R$ 4,9 milhões em indenizações por quedas de árvores. Os dados são do próprio município, fornecidos ao Maringá Post. Em 2025, somente de janeiro a novembro, foram R$ 930 mil pagos a contribuintes que tiveram bens particulares, como imóveis e automóveis, danificados durante quedas ou temporais.

O levantamento realizado pela reportagem considera os pagamentos realizados de 2021 em diante. Nesta série, 2024 foi o ano em que a cidade mais precisou desembolsar em indenizações por quedas de árvores, com mais de R$ 1,5 milhão pagos a 194 contribuintes. Já 2021 foi o ano de menor desembolso: pouco mais de R$ 500 mil.

INDENIZAÇÕES POR QUEDAS DE ÁRVORES PAGAS PELA PREFEITURA DE MARINGÁ NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS

Ano Valor das indenizações
2021 R$ 523.143,33
2022 R$ 873.649,34
2023 R$ 977.060,23
2024 R$1.594.268,73
2025* R$ 929.892,44
TOTAL R$ 4.898.014,07
Fonte: Prefeitura de Maringá/Secretaria Municipal da Fazenda

De acordo com dados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Selurb), consultados pela reportagem nesta terça-feira (16), mais de 6 mil árvores, já com laudo de engenheiros florestais da Prefeitura, aguardam remoção em Maringá. Do total 294 são protocolos classificados como “Emergência”, que representam “risco iminente de queda” pelos protocolos do próprio município.

Em entrevista ao Maringá Post nesta terça (16), o secretário de Limpeza Urbana de Maringá, Vagner Mussio, falou sobre a gestão da arborização. As principas apostas da administração para tratar do assunto, segundo ele, passam por dois itens: o credenciamento de empresas privadas autorizadas a realizar podas e remoções para contribuintes que desejam pagar o serviço do próprio bolso e uma grande licitação, que prevê 12 mil remoções e 40 mil podas, prevista para ser lançada em janeiro de 2026.

Duas empresas estão credenciadas para prestar o serviço de maneira particular

No começo de dezembro, a Prefeitura publicou em Diário Oficial um edital de chamamento para empresas interessadas em se credenciar para estarem autorizadas a realizarem podas e remoções de árvores de maneira particular. Funciona assim: o morador que deseja remover uma árvore, mas não quer esperar o serviço ser prestado pela Prefeitura, pode escolher uma empresa privada, entre as autorizadas pelo município, e pagar o serviço do próprio bolso.

Para tal, é necessário que a árvore tenha um laudo de engenheiro florestal do município autorizando o serviço. O contribuinte, por sua vez, não será reembolsado.

De acordo com Vagner Mussio, duas empresas já foram credenciadas no edital e autorizadas a começar ofertar os serviços. A ideia é que, nas próximas semanas, a lista de empresas credenciadas seja divulgada no site da Prefeitura. O credenciamento segue aberto a outras interessadas.

“Quem tem uma árvore que está na frente do seu comércio, na frente do seu imóvel, que tem condições financeiras para pagamento desse serviço e está com muita pressa, ele poderá fazer essa contratação, mesmo tendo em vista que a Prefeitura continua fazendo o trabalho gratuitamente. Do dia que nós lançamos, há mais ou menos duas semanas, duas empresas se apresentaram até o momento. Então, o munícipe vai poder ligar na Secretaria, ligar na Prefeitura e perguntar o nome da empresa, se ela é credenciada ou não. Nós vamos divulgar isso no site da Prefeitura, a pessoa vai poder entrar lá e ver o nome da empresa”, disse Mussio.

Ainda conforme o secretário, o processo burocrático é complexo visando trazer segurança aos maringaenses. No credenciamento, o município está exigindo comprovações das empresas com relação a capacidade de prestar os serviços. O preço, no entanto, não será tabelado. Conforme o responsável pela pasta, trata-se de uma forma de privilegiar a livre negociação entre o morador e as empresas.

“O que ocorre, como eu disse, como não é tão fácil, não é algo tão simples, porque não tem o menor sentido eu exigir algumas coisas de quem participa de licitação e não exigir de quem quer entrar para fazer o serviço sem licitação. Então, tem que ter um engenheiro responsável, tem que ter um técnico de segurança do trabalho, tem que ter equipamento compatível com o serviço que ele vai fazer, tem que ter responsabilidade técnica de qualquer forma, é como se ele estivesse participando de uma licitação”, explicou.

A população poderá denunciar ao poder público caso acredite que algumas credenciadas estejam cobrando valores considerados abusivos. “Cada lugar que você vai tem um valor, tem um custo. Então, esse livre comércio nós acreditamos que é o que vai fazer o diferencial. Claro, que se você chegar num ponto de achar que o cara tá explorando demais, você também tem o direito de dizer ‘não, pode deixar que eu vou aguardar a Prefeitura’. Mas nós precisamos deixar essa livre negociação para que as pessoas possam trabalhar, para quem tem condição financeira e para quem precisa, com urgência, remover uma árvore que já tem o parecer do município, possa fazê-la sem depender do município”, afirmou.

Prefeitura conclui estudo para contratar remoção de 12 mil árvores

Nos últimos dias, o município finalizou o Estudo Técnico Preliminar (ETP) que vai pautar uma ‘mega licitação’ para a remoção de 12 mil árvores e outras 40 mil podas. O trabalho vinha sendo desenvolvido desde o mês de abril e, agora, a ideia é que o edital saia do papel em janeiro de 2026.

“Quando você faz uma licitação de qualquer jeito, ela já demora, e para fazer bem feito demora um pouquinho mais, mas a parte mais burocrática, mais difícil da licitação, que é o estudo técnico preliminar, ele já está feito, já está no SEI da Prefeitura, agora vai partir para a parte de orçamentos. Nós vamos enviar essa documentação para várias empresas do Brasil e essas pessoas vão começar a fazer os orçamentos de quanto custa isso para nós. Então, posterior a esse orçamento, aí nós soltamos a licitação, pois teremos uma base para dizer o custo de um serviço como esse”, explicou Vagner Mussio.