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O Café Tamura, de Maringá, marcou presença em um momento histórico para o café brasileiro. Em novembro de 2025, durante o 13º Prêmio Cerrado Mineiro, a Federação dos Cafeicultores do Cerrado promoveu um leilão com as sacas dos cafés premiados na safra 2025/2026, em que a campeã da categoria Cereja Descascado foi arrematada por R$ 200 mil — um valor inédito no Brasil. O leilão bateu recorde também de participação e atraiu compradores da Ásia, Europa, EUA e Mercosul.
Com o propósito de promover o reconhecimento e a valorização dos produtores de café da Região do Cerrado Mineiro, o prêmio adotou o método CVA (Coffee Value Assessment) para avaliação dos cafés, tornando-se o primeiro do Brasil a usar a metodologia da SCA (Specialty Coffee Association). As categorias premiadas foram Natural, Cereja Descascado, Fermentado e Doce Cerrado Mineiro.
No total, 15 produtores foram premiados, com notas médias acima de 87 pontos, e todos os primeiros colocados ultrapassaram 90 pontos, um marco na série histórica da competição. Os pódios e as avaliações foram as seguintes:
Categoria Cereja Descascado
- 1º lugar: Eduardo Pinheiro Campos (Expocacer) – 90,59
- 2º lugar: Agropecuária São Gotardo Ltda (Coopadap) – 90
- 3º lugar: Maria Soraia Guimarães (Expocacer) – 89,18
Categoria Fermentado
- 1º lugar: Carla Poliana da Silva Oliveira (Carmocer) – 90,52
- 2º lugar: Marcelo Assis Nogueira (Carmocer) – 89,82
- 3º lugar: Edson Luiz Ignácio (Carpec) – 89,77
Categoria Natural
- 1º lugar: Agropecuária São Gotardo Ltda (Coopadap) – 90,41
- 2º lugar: Fernando Seiti Nishikawa (Coopadap) – 90
- 3º lugar: Gustavo Andrade Alvarenga (GRE Café Região de Araxá) – 89,41
Categoria Doce Cerrado Mineiro
- 1º lugar: Maristela de Souza Teixeira Silva – Carmocer
- 1º lugar: Livian Cristina Rodrigues Carneiro – MonteCCer
- 1º lugar: Agropecuária São Gotardo Ltda – Coopadap
- 1º lugar: Adib Cecílio Domingos – Coocacer
- 1º lugar: Pedro Humberto Veloso – Carpec
- 1º lugar: Guima Café – Expocacer
Leilão solidário
O Leilão Solidário, realizado presencialmente, colocou à venda os 9 melhores lotes: 3 cafés naturais, 3 cereja descascado e 3 fermentados, sendo uma saca por lote. Do valor arrecadado, 40% foi destinado ao projeto social Troféu Escola de Atitude.
A modalidade on-line também contou com os 9 lotes mais bem colocados no prêmio, igualmente divididos entre naturais, cereja descascado e fermentados, com uma saca por lote.
O Café Tamura arrematou no leilão virtual o 2º colocado da categoria Cereja Descascado, um café de 90 pontos, produzido pela Agropecuária São Gotardo Ltda. O café pertence à variedade Paraíso MG2, com notas de flor de laranjeira, limão siciliano, maracujá e caldo de cana, acidez cítrica, corpo sedoso e finalização longa e prazerosa. Segundo Michael Tamura, empreendedor à frente do Café Tamura e responsável pela curadoria da casa, o café fará parte dos lançamentos de 2026.
Além do segundo colocado na Categoria Cereja Descascado, o Café Tamura também adquiriu cotas dos três primeiros colocados da categoria Natural. Segundo Michael, o lote campeão dessa categoria — arrematado por R$ 100 mil a saca no leilão solidário — é “uma obra de arte em forma de café”. As variedades também estarão disponíveis na cafeteria, em Maringá.
Michael destaca ainda a recente aquisição de lotes premiados do Paraná, como o 2º colocado do Concurso de Qualidade da AMENORTE, do produtor José Sanches, de Terra Boa. “Levar cafés paranaenses para nossos clientes sempre foi um desejo meu.”
Essas parcerias fazem parte da nova fase do Café Tamura, a única cafeteria de Maringá que planta, torra e serve o próprio café especial, e que agora investe para trazer à cidade lotes de cafés especiais de destaque, produzidos em diversas regiões do Brasil.
Michael explica que a marca sempre carregou o propósito de ser um lugar de descoberta, e que 2025 marcou um passo importante nessa direção: a curadoria de microlotes de produtores reconhecidos nacionalmente. A ideia, afirma, é oferecer ao público maringaense perfis sensoriais inéditos, selecionados com rigor técnico e alinhados ao compromisso da cafeteria com a formação do paladar.
Segundo Tamura, o primeiro passo foi o Yellow Fruit, da Fazenda Umbela, do produtor Alexandre Alexandrini, um café com notas de frutas amarelas marcantes, que abriu oficialmente a linha de cafés de produtores parceiros. Em novembro, outro momento especial foi o lançamento do Norte Pioneiro, produzido por Regiane Miguel da Silva, de Curiúva (PR), apresentado na Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte.
Novidades no forno (ou melhor, na torrefação)
Além de disponibilizar em Maringá cafés premiados e valorizados no mundo todo, e promover experiências inéditas de degustação, que envolvem até mesmo a semiótica do paladar, o Café Tamura anunciou o seu novo site e loja virtual. A plataforma se torna um dos canais para que qualquer pessoa, de Maringá ou de qualquer lugar, possa ter acesso a esses microlotes raros.
A cafeteria também abrirá em 2026 novas agendas do Curso de Torra Fundamental e o Workshop Barista em Casa, que tiveram suas primeiras edições em 2025, voltados para quem deseja se especializar e compreender como a torra influencia o sabor e a qualidade do café, além de aprimorar o preparo cotidiano. Outros cursos de capacitação para profissionais e entusiastas também estão na programação.





