Tempo estimado de leitura: 3 minutos
A investigação sobre o caso dos quatro homens desaparecidos, que foram encontrados mortos em uma cova em Icaraíma (a cerca de 210 km de Maringá), revelou novos detalhes sobre o que aconteceu com as vítimas antes de morrerem.
As declarações de óbito de três das vítimas – Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi e Diego Henrique Afonso – obtidas pela RIC Record Maringá nesta terça-feira (23), revelam evidências de que os homens sofreram severa tortura antes de serem mortos.
Os laudos médicos indicam que as causas da morte dos três homens foram traumatismo cranioencefálico, politraumatismo e ferimentos por arma de fogo.
Um dos principais mistérios que ainda envolve a investigação é a data das mortes. Os quatro homens desapareceram no dia 5 de agosto deste ano, e os corpos foram encontrados na última sexta-feira (19 de setembro).
Apesar de terem sido enterrados clandestinamente em uma cova, os corpos das vítimas apresentaram uma preservação surpreendente, considerando os 44 dias de desaparecimento. Isso levanta a hipótese de que, antes de serem mortos, os homens podem ter sido mantidos em cativeiro.
Além disso, nos laudos não havia a informação de data precisa de falecimento. O campo destinado à data de óbito nas certidões apresenta apenas o ano de 2025, com a sigla “IG” (ignorado) e sem qualquer indicação de mês ou dia. Isso sugere que os homens podem ter sido mantidos vivos por algum tempo após a emboscada inicial, e mortos apenas em uma data posterior.
Ocultação dos Corpos
Alguns elementos dos laudos chamam a atenção dos investigadores para o que pode ter ocorrido com os homens nos dias que antecederam as mortes. Por exemplo, uma das vítimas, Rafael Juliano Marascalchi, estava com o RG escondido dentro do tênis – o que levanta a hipótese de que ele tenha tentado garantir sua identificação, possivelmente antecipando a própria morte.
Além disso, objetos pessoais como alianças e relógios estavam ausentes quando os corpos chegaram ao Instituto Médico Legal. A retirada desses itens, possivelmente antes do enterro clandestino, pode ser uma tentativa dos criminosos de dificultar a identificação das vítimas, levantando suspeitas sobre o intento de ocultação de evidências.
Suspeitos Continuam Foragidos
Enquanto os novos detalhes sobre o sofrimento das vítimas emergem, a Polícia Civil do Paraná mantém as investigações em curso. O empresário Antônio Buscariolo e seu filho, Paulo Buscariolo, são apontados como os principais suspeitos do crime, com mandados de prisão em aberto.
Duas outras pessoas já foram presas: um homem flagrado com uma picape pertencente à família Buscariolo, e outro suspeito investigado por fornecer as armas usadas na emboscada.