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Saiba como o ‘cachorrão’ se tornou lanche típico reconhecido por lei

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Foto: Brenda Caramaschi/CBN Maringá

O termo não era pra ser bem esse: “lanche típico”, mas foi uma maneira de apaziguar aqueles que não concordavam em ter o cachorro quente prensado como prato típico da cidade. Uns defendiam que o prato que representaria Maringá deveria ser algo mais sofisticado, ou mais diferente.

Uma das iguarias sugeridas foi o porco no tacho – mas onde é que a gente encontra esse sabor no dia a dia? Bem diferente do popular “cachorrão”, vendido em mais de 100 estabelecimentos pela cidade e que inclusive já migrou até para outros Estados com a alcunha de “cachorro quente maringaense”.

O recheio e os acompanhamentos também diferem muito da receita norte-americana de um hot dog tradicional, composto basicamente por pão, salsicha e os molhos de ketchup e mostarda. Aqui a receita é à escolha do freguês: pode ter carne, frango, catupiry, calabresa, bacon, ovo – ou tudo isso junto – e para acompanhar, é claro, uma bela e caseira maionese verde – cuja receita varia e disputa a preferência do freguês de um estabelecimento para o outro.

Luciana Pastro e a mãe, Maria Inês, são sócias-proprietárias na lanchonete Dogão de Maringá, que fica a 650 quilômetros das terras maringaenses. O lanche é vendido perto do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, e a receita que saiu da cidade-canção traz nostalgia a quem conhece o município e curiosidade a quem nunca esteve por aqui. 

“Todo mundo que come adora, todo mundo sempre volta. Nossos lanches têm os nomes de bairros e localidades de Maringá. Por exemplo, o nosso simples chama Maringá. O duplo chama Jardim Alvorada. Eu tenho Hot Dog que chama Cesumar, Calahari, que é uma danceteria bem antiga que nem existe mais, né? Tem Night Club, Catedral. Todos os nomes são de alguma região de Maringá. […] Então quem é realmente de Maringá, sente nostalgia, adora. Eles tiram foto, porque na lanchonete também nós temos quadros da catedral. Então é muito legal. O pessoal gosta bastante”, explica elas.

Mesmo com toda a popularidade, quando a Câmara quis oficializar a iguaria como prato típico, houve discordância e a proposta inicial foi alterada para usar o termo ‘lanche típico’.

Hoje, questionar ao maringaense qual o melhor “cachorrão” da cidade é dar início a uma disputa impossível de ser vencida. O consumidor costuma se manter fiel ao lanche do coração. Luiz Lemos, criador da página Dicionário Maringaense, é louco pelo lanche e já utilizou o cachorrão ou “dogão” na criação de vários memes. Ele garante: falar sobre o cachorro-quente maringaense é receita certa para engajamento nas redes sociais.

“Até quando eu tô sem algum assunto assim, não aconteceu nada na cidade, o dogão é um recurso que eu uso pra movimentar a página ali. É um negócio que não adianta. Não tem idade, não tem sexo, não tem nada que faça não fazer sucesso, sabe? Todo mundo de todas as idades gosta demais. É um dos assuntos preferidos ali do dicionário maningaense”, conta Lemos.

Dia 09 de setembro é considerado o Dia do Cachorro Quente e uma ótima oportunidade para saborear o típico “cachorrão” do interior do Paraná.