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Pesquisadores testam espécie de relógio para monitoramento de glicose

Pesquisadores testam espécie de relógio para monitoramento de glicose

A Universidade do Estado de Santa Catarina está desenvolvendo uma nova tecnologia para medir a glicose sem precisar furar o dedo de diabéticos. O dispositivo, chamado E-Gluco, vai funcionar como um relógio e fará o monitoramento contínuo dos níveis de glicose, com a possibilidade de disparar avisos em caso de hipoglicemia.

O aparelho, que deve auxiliar e facilitar o dia a dia do tratamento de diabéticos, está na versão 3.0 de testes clínicos. No momento, ele é avaliado em pacientes do Hospital de Azambuja, no Vale do Itajaí.

Em setembro, o E-Gluco foi selecionado pela Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, para testes com potencial interesse para os serviços de saúde no Brasil. Segundo o professor responsável pelo projeto, Pedro Bertemes Filho, a previsão é de que, em 2025, a tecnologia seja testada em pelo menos 1.000 diabéticos no estado de Santa Catarina.

“A inovação começou a acontecer por volta de 2016. Hoje, estamos avançando em um dispositivo do tipo relógio, que a pessoa vai utilizar no braço o tempo todo. Ele é composto por sensores de luz e sensores elétricos, tudo monitorado por um celular, por meio de um aplicativo que você baixa na Google Store.  No ano que vem, nós estaremos fazendo uma bateria de teste em mil pessoas diabéticas aqui no estado de Santa Catarina”

Matheus Nogueira, morador do Distrito Federal, foi diagnosticado com diabetes tipo 1 em junho de 2023, quando tinha 23 anos. Ele conta que, ao descobrir a doença, precisou passar a furar o dedo cerca de seis vezes ao dia. Agora, a medição é feita três vezes ao dia, o que causa bastante desconforto devido à dor constante.

“No início, eu tinha que medir cerca de seis vezes por diau ma antes de cada vez que eu vou comer e depois de cada refeição. Então, esse excesso de medição é muito ruim. . Tem que ficar ali medindo e se limpando. Querendo ou não, suja ali, e você precisa estar em um ambiente limpo para fazer as medições. Com o tempo, os seus dedos vão ficando roxos e doloridos. Então, por mais que sejam pequenos furos, você percebe que a sua mão fica com marquinhas, fica roxa. Não é uma coisa muito prática.”

Para ele, uma tecnologia que permita medir a insulina sem precisar se furar seria muito importante, ainda mais levando em consideração que ele também precisa fazer a aplicação de glicose, outro procedimento que necessita furar a pele.

” O fato de ter uma tecnologia que irá proporcionar às pessoas não ter que ficar se furando, é primordial para quem tem diabetes. Porque uma das maiores dificuldades do diabético é ter que ficar se furando o tempo todo. Porque além da glicose que você tem que ficar medindo, você ainda tem que ficar aplicando insulina “.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, em 2002, mais de 20 milhões de brasileiros já conviviam com a enfermidade. Ainda segundo a SBD, entre 5% e 10% do total de diabéticos têm o tipo 1 da doença.

* com supervisão de Roberta Lopes