Na contramão dos demais estados do Sul, o Paraná apresenta tendência de alta nos homicídios. O dado consta no Atlas da Violência 2024, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e divulgado nesta semana. De acordo com o levantamento, a motivação predominante dos crimes no estado é vingança, muito por conta da presença de facções criminosas, que disputam as rotas do tráfico de drogas.
Segundo o documento, o Paraná teve aumento de 20% na taxa de homicídios em relação ao ano de 2019 e tem uma distribuição mais uniforme de crimes pelo território, se comparado com Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
“Na região Sul, as gangues locais também costumam se aliar às duas nacionais PCC [Primeiro Comando da Capital] e CV [Comando Vermelho] e inauguraram, há pouco, uma nova rota do tráfico internacional de cocaína, direcionada aos portos do Uruguai e da Argentina, após as crescentes apreensões nos portos de Santos e do Nordeste. Mas, antes de essa logística vigorar, já existiam dezenas de facções, sobretudo no RS, disputando espaços dentro e fora das prisões”, informa o Atlas da Violência.
Os números da violência do estado passam muito pela Região Metropolitana de Curitiba e pelo Litoral.
“Em 2022, considerando os municípios com mais de 100 mil habitantes, os maiores índices foram identificados nos municípios Paranaguá (52,8), Almirante Tamandaré (44,2), Piraquara (42,1) e Campo Largo (38,9). Este último é rota estratégica para receber e traficar ilícitos uma vez que liga as regiões norte, noroeste, sudoeste e central do estado”, cita o documento.
Entre as 10 cidades mais violentas do estado, 7 ficam na Região Metropolitana de Curitiba. Além das três já citadas, Fazenda Rio Grande, Pinhais, São José dos Pinhais e Colombo constam entre as 150 cidades com maior índice de homicídios.
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