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Maior usina de energia limpa do mundo, Itaipu completa neste domingo 40 anos do início da produção

Em 5 de maio de 1984, o técnico mineiro José Pereira do Nascimento, hoje aposentado, mas ainda residindo em Foz do Iguaçu, acionou a primeira máquina da usina, a Unidade 1, dando início a um processo ininterrupto de produção de energia que completa 40 anos neste domingo, 5. Desde então, a usina hidrelétrica de Itaipu, empreendimento binacional compartilhado por Brasil e Paraguai, já gerou mais de 3 bilhões de megawatts-hora (MWh), marca atingida também neste ano, no dia 10 de março.
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Nascimento acionou a primeira máquina da usina. Foto: acervo de Itaipu.
Esse volume de energia é tão elevado que daria para abastecer o planeta inteiro por mais de 43 dias. Nenhuma outra usina no mundo acumulou a geração de tanta energia limpa e renovável, e esse montante dificilmente será superado nas próximas décadas por qualquer outra hidrelétrica.
Depois da primeira unidade, outras foram entrando em operação ao longo dos anos seguintes, até a usina chegar a 18 unidades geradoras em 1991. Outras duas unidades geradoras foram implantadas em 2006 e 2007, completando a usina e fazendo com que sua capacidade instalada atingisse 14 mil megawatts (MW), número somente superado alguns anos atrás por uma hidrelétrica chinesa.
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Depois de 40 anos do início da produção, Nascimento visitou a usina, agora em fevereiro. Foto: Romeu de Bruns/Itaipu Binacional.
Fundamental
Ao longo desses 40 anos, Itaipu foi e continua sendo fundamental para a segurança energética do Brasil e do Paraguai. A usina chegou a responder por 26% de todo o consumo de energia do Brasil, em 1997, e, mesmo após tanto tempo, ainda contribui com cerca de 10% da energia consumida pelo País. No Paraguai, a energia de Itaipu é responsável pelo atendimento de 88% do consumo.
Mais recentemente, com a entrada massiva de fontes renováveis no sistema elétrico brasileiro, como a eólica e a solar, Itaipu tem tido um papel ainda mais fundamental, funcionando como se fosse uma “bateria natural” que ajuda a compensar a variação natural que há na geração dessas fontes, chamadas por isso de intermitentes.
“Orgulho binacional”
Segundo o diretor-geral brasileiro, Enio Verri, todos esses números e qualidades mostram a importância de Itaipu tanto para o Brasil quanto para o Paraguai. “Itaipu é uma empresa única no setor, motivo de orgulho para brasileiros e paraguaios, com geração de riqueza e bem-estar para a população com uma energia limpa e renovável, muito mais barata que as demais fontes de eletricidade”.
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Diretor Enio Verri. Foto: Rafa kondlatsch/Itaipu Binacional.
O diretor técnico executivo, Renato Sacramento, acrescenta que tudo isso só é possível devido à sinergia existente entre as diferentes áreas da Diretoria Técnica e dela com as demais diretorias da empresa, bem como pela elevada qualificação dos profissionais brasileiros e paraguaios de Itaipu.
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Renato Sacramento. Foto Sara Cheida/Itaipu Binacional.
Para ele, “além de um processo de operação da usina que busca a melhor utilização da água e dos equipamentos para atender as necessidades dos sistemas elétricos brasileiro e paraguaio, marcas como essas são alcançadas graças também a um criterioso processo de manutenção, que garante a elevada confiabilidade e disponibilidade dos ativos necessários à produção de energia, associado a um cuidado excepcional que temos com as estruturas civis da barragem”.
Enio Verri destaca ainda que, para manter seus excelentes índices de desempenho, a Itaipu Binacional está conduzindo o mais abrangente plano de atualização tecnológica da central hidrelétrica desde sua entrada em operação, com cerca de US$ 670 milhões em investimentos já contratados.
O plano começou a ser executado em maio de 2022 e prevê 14 anos de serviços. A atualização tecnológica contempla a substituição de diversos sistemas de controle e proteção da usina, dentre eles os das 20 unidades geradoras, da subestação isolada a gás, dos serviços auxiliares da usina, das comportas do vertedouro e da barragem.
O processo prevê também a modernização da Subestação da Margem Direita. A substituição de equipamentos eletromecânicos pesados, como turbina, rotor e estator, não está incluída no plano, já que eles estão em excelentes condições e longe do final da vida útil típica para este tipo de componente.
Comparativo
Os 3 bilhões de MWh acumulados desde o início da produção de Itaipu seriam suficientes para abastecer o mundo inteiro por 43 dias: o Brasil, por 5 anos e 11 meses; o Paraguai, por 221,5 anos; o Estado de São Paulo, por 21 anos e 9 meses; e, por um ano, 662 cidades do porte de Curitiba. Ou ainda, também por um ano, mais de 5 mil cidades do porte de Foz do Iguaçu.
Cronologia
Itaipu começou a gerar energia em 5 de maio de 1984. Foram necessários 17 anos para atingir o primeiro bilhão de MWh, marca alcançada em junho de 2001, quando o Brasil enfrentava uma séria crise de racionamento de energia. Onze anos e dois meses depois, a binacional atingia 2 bilhões de MWh; e, passados outros 11 anos e sete meses, chegou aos 3 bilhões de MWh produzidos.
O ritmo de produção anual da usina vem se alterando, não só devido a alguns anos hidrologicamente ruins, mas também em função da mudança da composição da matriz energética brasileira e do perfil da carga atendida pela usina.
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Usina completa 40 anos de produção neste domingo (5). Foto: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional
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