DESTAQUES DO DIA

Mães e empreendedoras: conheça histórias de mulheres que administram empresas e suas casas

Dignas, lutadoras e vencedoras, as mães se desdobram para propiciar aos filhos as melhores experiências e com muito amor e dedicação conseguem realizar inúmeros feitos para o futuro da família.

Tradição em carnes

Há oito anos, Eliana de Almeida Milão iniciava a sua caminhada à frente de açougue em Sarandi. Ela explica que quando surgiu a oportunidade de empreender já era mãe e o negócio de gerenciar o açougue chegou de surpresa após seu pai (representante em vendas de carnes) aceitar a loja como forma de pagamento de uma dívida que tinham com ele.

O pai de Eliana não conseguia ficar na empresa e tinha um sócio que só permaneceu por um ano e meio. Após esse período ela já comandava praticamente sozinha a parte gerencial da empresa já que seu ex-marido tinha outro emprego.

Desafios

À frente do projeto, Eliana conciliava os desafios de ser mãe e empreender, agravados pelas dívidas deixadas pelo antigo dono e por ser tudo novo, (apesar da família ser tradicional no ramo de carnes na região). “Ficamos por algum tempo dessa forma, depois vieram as redes sociais, fizemos uma reforma que até incomodou alguns concorrentes. Eu não tinha conhecimento do produto que eu estava trabalhando. Então foram muitos desafios para eu aprender e me inserir nesse mercado”.

Outro desafio para Eliana foi se inserir em um ambiente tido como masculino. “Passei por muitos ‘perrengues’, principalmente preconceito. O Maior desafio pra mim ainda é superar preconceitos”.

Além de ser mulher e gerenciar a empresa, Eliana já era mãe de uma menina e fazia tudo com ela. Recentemente a empreendedora deu a luz a outra menina quando a mais velha estava completando 15 anos. “É mais um desafio para conciliar. Mãe de primeira viagem é uma forma, agora eu já não tenho mais o pique que eu tinha. Essa diferença de idade tem judiado de mim para conciliar ser mãe”, destaca Eliana.

Falta de incentivo aos empreendedores

Para a empreendedora, atualmente não existe o incentivo para quem quer abrir ou alavancar seus negócios e falta mão de obra segundo ela. “A todo momento eles querem arrecadar e tentam bancar com bolsas para a população. A gente sofre muito com mão-de-obra. A grande maioria da população hoje quer um trabalho com carteira assinada mas não quer trabalhar”.

Ser mãe

“Significa toda a minha essência. Tudo que eu tenho para chamar de meu são minhas filhas. Eu posso não ser o mundo delas, mas elas serão sempre o meu mundo. Independente de serem bebês, adolescentes, casadas, de terem a própria vida. É a melhor coisa que a gente tem”, comenta Eliana.

Roupas femininas

Dona de loja de roupas femininas desde 2019, Camila Thais Santos Nascimento abriu a empresa para fazer renda extra e continuou com seu trabalho de carteira assinada durante um ano. Mais tarde, ela engravidou e começou a se dedicar com os cuidados ao filho e se desligou do trabalho CLT, priorizando e adequando com o nicho de roupas e vendas online.

Hoje ela tem os itens em sua casa, trabalhando com atendimentos agendados e também nas entregas à domicílio. Para Camila os maiores desafios foram ter um caixa no início e saber escolher de forma que pudesse propiciar economia e qualidade a ela e seus futuros clientes. “Hoje eu consigo trazer produtos bem mais assertivos do que no início”.

Maternidade e empreender

Em 2021, por conta da pandemia da Covid-19, Camila decidiu se dedicar aos cuidados com seu filho e encarar de vez o empreendedorismo, contando também com a ajuda de seu marido e rede de apoio com familiares. A proprietária da loja salienta que não é nada simples fazer acontecer no ramo de vendas, pois não existe um padrão de horários, mas enfatiza que é possível. “A gente precisa ter força de vontade, lutar pelos nossos objetivos, ter os objetivos claros que a gente vai conseguindo conciliar”.

Novos empreendedores precisam de ajuda financeira

Obviamente toda pessoa que quer iniciar um novo projeto e ser autônomo precisa de dinheiro para conseguir investir e crescer. Camila destaca que se tivesse uma ajuda mínima, com certeza outros inúmeros projetos iam ter mais facilidade de ênfase e sucesso. “Mesmo sendo MEI a gente tem que pagar os impostos, emitir as notas. Conseguir um empréstimo, um financiamento é bem burocrático, tem que comprovar ‘n’ coisas. Nesse ponto precisa melhorar bastante”.

Força de mãe

Camila explica que ser mãe lhe ajudou a empreender. “Depois que a gente tem filho descobrimos uma força muito maior, que somos capazes de amar um ser muito mais do que a nós mesmos. Muitas mães se tornam empreendedoras depois que vem os filhos para poder conciliar a maternidade e uma fonte de renda. Ser mãe pra mim é incrível”, conclui.