Tempo estimado de leitura: 5 minutos
O ano era 2007. Poucos meses após terminar o Campeonato Paranaense sendo eliminado na segunda fase da competição, em um grupo com Coritiba, Paraná Clube e Cascavel, o recém-criado Adap Galo Maringá preparava-se para a disputa da Taça FPF, único torneio no calendário daquele segundo semestre. No entanto, uma entrevista concedida por um advogado português à La Gazzetta dello Sport, tradicional jornal italiano, cairia como uma bomba em solo maringaense.
O advogado em questão era Miguel Henrique, representante da Juventus de Turim. A intenção dos italianos era clara: reunir provas para processar o time de Maringá. O motivo? Um suposto plágio cometido pelo time da Cidade Canção.
A entrevista de Henrique foi concedida na Itália no dia 28 de setembro de 2007. Para a Gazzeta, o jurista afirmou que o entendimento dos dirigentes italianos era de que o Galo havia cometido plágio de imagem na elaboração do escudo e dos uniformes da equipe, que eram muito semelhantes aos da Juventus. Na ocasião, a equipe 36 vezes campeã italiana e duas vezes vencedora da UEFA Champions League informou que estaria reunindo provas para um processo judicial.
“O raciocínio que motiva a eventual acusação é que vemos um emblema com todos os aspectos que tem a imagem da Juventus, além da imagem do clube, com pequenos detalhes que estão no símbolo, algo evidente e que eles (Adap) não podem plagiar”, disse Miguel Henrique, em um trecho da entrevista à La Gazzetta dello Sport.
Em Maringá, na ocasião, o então diretor executivo do Adap, Leandro Falleiro, chegou a reconhecer a semelhança entre os escudos, mas se defendeu da acusação de plágio. “Nem pensamos nisso quando elaboramos o distintivo. Reconheço que há semelhança, porém, não foi de propósito. Acho que a forma oval dos dois símbolos é que, está provocando esta polêmica, já que no interior, as diferenças são visíveis […] Enviamos toda a documentação (para registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial) e não recebemos nenhuma informação de impedimento para a utilização do símbolo”, afirmou na época, em entrevista ao Paraná Online – atual Tribuna do Paraná.
Oficialmente, naquele momento, o clube afirmou que só iria se manifestar sobre o caso após ser notificado judicialmente. O aguardado processo, no entanto, nunca ocorreu.
O Adap Galo Maringá foi um projeto de trajetória curta. Em 2005, o Galo Maringá foi fundado na Cidade Canção. Em 2006, a antiga Associação Desportiva Atlética do Paraná (Adap), fundada em 1999, estava sediada em Campo Mourão, mas mudou-se para Maringá e anunciou a fusão com o Galo. A primeira competição disputada pelo Adap Galo foi o Campeonato Paranaense de 2006, onde terminou na 6ª posição.
Em 2007, novamente a equipe foi a 6ª colocada do estadual. Apesar dos resultados promissores, o último ano do calendário de competições foi 2008. Ao final do Paranaense daquele ano, o clube enviou um ofício para a Federação Paranaense de Futebol (FPF) se abdicando de disputar o estadual do ano seguinte, em 2009, por problemas financeiros. O time deveria retomar o calendário de competições em 2010, na segunda divisão do Paranaense devido ao rebaixamento automático de 2009 – por não ter disputado o torneio -. O retorno, no entanto, nunca ocorreu.
Em 2023, a marca Galo Maringá retornou para a Cidade Canção com o Aruko Sports, fundado em 2020 e que mudou de nome. A nova associação esportiva, no entanto, não tem relação com o antigo Adap Galo.
