O áudio é do prefeito de Apucarana, Sebastião Ferreira Martins Junior (PSD), conhecido na cidade como ‘Junior da Femac’. A gravação foi obtida pelo portal 38 News, de Apucarana e divulgado nessa quarta-feira (13). Na conversa, o chefe do Executivo tenta convencer vereadores aliados a não abrirem uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), que investigaria um suposto caso de pedofilia envolvendo o atual vice-presidente da Câmara Municipal, Mauro Bertoli (União Brasil).
Bertoli foi investigado em um inquérito do Ministério Público Eleitoral, por meio da 6ª Promotoria de Justiça de Apucarana, que apurava um suposto esquema de compras de votos nas eleições de 2020. Durante um mandado de busca e apreensão pedido pelo MP, foram encontrados ‘materiais impróprios’, envolvendo crianças e adolescentes, no celular do parlamentar. O caso é investigado há cerca de 1 ano e, atualmente, a ação penal corre em segredo de Justiça.
Nos áudios, Junior afirma “não acreditar que o vereador tenha produzido” os conteúdos encontrados no celular. Ainda na gravação, ele reitera que “a Câmara está acompanhando a investigação, que está sendo feita pelo Ministério Público”.
Em nota enviada à CBN nesta quinta-feira (14), o prefeito confirma a veracidade dos áudios e diz que os trechos são de uma conversa que teve com um vereador no mês de maio. Ele afirma que confia no Ministério Público e na Justiça e que apoia toda investigação, “sem que haja a politização do caso”.
Até o fechamento desta reportagem, a Câmara de Apucarana não havia instaurado nenhuma comissão sobre o caso. A CBN ainda tenta contato com o vereador Mauro Bertoli para comentar o assunto.
Confira a nota enviada pelo prefeito de Apucarana, Junior da Femac, na íntegra:
“O prefeito de Apucarana-PR, Junior da Femac, esclarece que o áudio divulgado é de trechos de uma conversa que manteve no mês de maio com um vereador. Ele diz ter apenas argumentado sobre fato que já está sendo investigado pelo Ministério Público e a Justiça Criminal da Comarca de Apucarana, há cerca de um ano e meio.
Disse a ele que confio plenamente no Ministério Público e na Justiça, e que apoia toda investigação, sem que haja a politização do caso.
Como pai de duas meninas, repúdio com veemência fatos desta natureza. Como gestor público, mantenho várias políticas de enfrentamento da violência contra crianças e mulheres.
Como exemplo, o prefeito cita o Comitê de Escuta Especializada, mantido pela prefeitura, como forma de evitar a revitimização de crianças e adolescentes, que sofreram algum tipo de violência.
Também mantemos na nossa gestão, psicólogos custeados pelo município em todas as escolas públicas estaduais para atender crianças e adolescentes. Mantemos ainda políticas de proteção à mulher tais como o “botão do pânico” e a “patrulha Maria da Penha”, custeados pelo município, além da distribuição gratuita de kits de higiene íntima nas escolas públicas estaduais e nos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS), visando combater a pobreza menstrual.”
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