Nesta terça-feira, 20, ainda havia vítimas esperando atendimento na Delegacia de Estelionato de Maringá para registrar queixa contra a empresa de eventos Filia, acusada de não prestar serviços contratados.
A reportagem conversou com um casal lesado em R$ 25 mil que não quis gravar entrevista e com uma jovem que perdeu R$ 4.500,00. Ela aceitou gravar, mas não se identificou. No caso dela, o prejuízo foi o aluguel do vestido de noiva.
“Eu encontrei o vestido que eu gostaria no Instagram e cheguei até essa empresa, só que se chamava MF Conceito no Instagram. Até que eu marquei a prova, fui lá, que era nesse espaço que era da Filia, de um valor X eles deram um desconto, de R$6.000, eles deram desconto para R$4.500. Acontece que eu já fechei o contrato, fiquei muito feliz com o desconto, só que de um tempo para cá eles já não vinham respondendo as minhas questões. Eu sei que o meu foi só o vestido, mas eu tô no grupo de noivas, eu tô vendo o desespero de cada uma que tá vendo o seu sonho ir por água abaixo. Muitos casais que iriam se casar na outra semana, no próximo fim de semana, no próximo mês que já não tem mais nem o que fazer. E eles bloquearam, eles simplesmente sumiram, não respondem”, diz.
A delegacia de Estelionato de Maringá registrou 150 boletins de ocorrência e já ouviu 100 vítimas. Mas o número de clientes e fornecedores prejudicados pela empresa de eventos chega a 450, porque muitos boletins de ocorrência foram registrados em outras delegacias.
Há casos em Campo Mourão, Paranavaí, Londrina e outras cidades. O delegado Fernando Garbelini explica que mais de um inquérito deve apurar o crime.
Os advogados da empresa entraram em contato com a delegacia, mas como a prioridade é ouvir vítimas, o delegado ainda não ouviu a versão da Filia. “Vieram os advogados aqui da empresa, eles se colocaram à disposição para serem ouvidos, só que a nossa prioridade nesse momento é investigar. Então a versão dos investigados não é a nossa prioridade nesse momento. A gente precisa primeiro investigar para depois ouvir os investigados. Fazendo um levantamento de forma grosseira até, levando em consideração a média de prejuízo das vítimas, que é de em torno de R$ 20 mil, como eu disse, são mais de 400 boletins, ultrapassa certamente R$ 8 milhões.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa da empresa.