Há 36 anos, Valdevino dos Santos de Souza, conhecido como ‘Paulão’, trabalha na coleta de lixo em Maringá. Aos 57 anos, ele compartilha uma trajetória marcada por dedicação e amor à profissão. Valdevino iniciou sua carreira em 1988, após deixar o emprego de segurança na Prefeitura de Maringá para se aventurar no ramo da limpeza urbana, que oferecia melhores oportunidades.
“Eu entrei na coleta de lixo em 1988. Trabalhei oito anos na varreção na cidade, depois fui para a área de borracharia durante dez anos, e após isso fui para a coleta onde estou desde então,” conta Valdevino ao GMC Online.
Com o tempo, Valdevino se adaptou à rotina intensa da coleta de lixo e encontrou uma maneira de realizar seu trabalho com leveza. “Quando você está na coleta de lixo, é um trabalho mais corrido, que exige força para correr atrás do caminhão e muita disposição porque o serviço é penoso. No entanto, penso que todo trabalho deve ser feito com muito amor e carinho. Por isso, no decorrer do tempo, você leva aquilo como uma brincadeira. Você sai brincando com todo mundo, sorrindo, e as pessoas te cumprimentam”, completa.
Atualmente, Valdevino divide seu tempo entre Iguatemi (distrito de Maringá) e alguns bairros da Cidade Canção, como Jardim Olímpico e Ouro Cola. “De segunda, quarta e sexta-feira, faço a coleta de lixo em Iguatemi e na terça, quinta e sábados em Maringá. É um trabalho corrido, mas eu gosto. Não tenho muita coisa hoje, mas tudo o que conquistei veio com meu esforço neste trabalho. Criei meus quatro filhos com essa profissão,” afirma Valdevino.
O cotidiano de seo Valdevino e equipe nas ruas de Maringá. Fotos: Rafael Bereta/GMC Online
O coletor mais antigo da cidade
Para Valdevino, ser o coletor de lixo mais antigo de Maringá é motivo de orgulho e satisfação. “Já chegou o tempo para eu me aposentar, mas não quero ainda não. Tenho muita disposição e quero continuar até quando conseguir. Hoje, as pessoas respeitam os profissionais, porque vejo um coletor de lixo como um profissional de saúde. Você já imaginou se não existisse nossa profissão e essas ruas ficassem 15, 20 dias com lixos nas ruas? O quanto teria de doença?”, destaca.
Lembranças da profissão
Ao longo dos anos, Valdevino acumulou inúmeras lembranças. Uma das mais marcantes é a perda de um motorista da coleta, um episódio que o emocionou profundamente. Quanto ao preconceito, ele afirma que nunca se deixou abalar.
“Às vezes, as pessoas olham para a gente com outros olhos, mas nunca liguei para isso. Somos todos iguais e trato todos com muito respeito,” diz o coletor de lixo mais antigo de Maringá.
A equipe do Portal GMC Online, acompanhou por um dia o trabalho da equipe em que seo Valdevino integra. Veja abaixo.
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