Em mais uma tentativa de “aproximar critérios” e diminuir as críticas quanto à atuação dos árbitros nos campeonatos nacionais, a Confederação Brasileira de Futebol inicia um novo modelo de preparação: o de regime de concentração para os profissionais que atuarão nos jogos da Copa do Brasil. Todos os árbitros principais, assistentes e de VAR escalados para os quatro jogos de volta das quartas de final estão no Rio de Janeiro para uma sessão de treinamentos, reuniões de trabalho e alinhamento.
A escala das equipes que atuarão em Corinthians x Atlético-GO, Fluminense x Fortaleza, Athletico-PR x Flamengo e América-MG x São Paulo foi definida na segunda-feira, e logo na sequência todos os profissionais foram deslocados para o Rio.
Os dois representantes brasileiros na Copa do Mundo do Catar foram escalados. Raphael Claus irá apitar o duelo de rubro-negros em Curitiba, enquanto Wilton Pereira Sampaio comandará o confronto de tricolores no Maracanã. Bruno Arleu (no jogo da Neo Química Arena) e Braulio Machado (no Independência) completam a lista.
Nesta terça, todos eles terão atividades durante o dia e, à noite, viajarão para as praças onde acontecem os jogos – à exceção, claro, dos profissionais escalados para a partida entre Fluminense e Fortaleza, que será disputada no Maracanã. Os árbitros que comandarão o VAR também ficarão na capital fluminense, uma vez que o sistema é operado diretamente de uma central na Barra da Tijuca.
Ao longo do dia, os profissionais terão atividades no Centro de Excelência da Arbitragem Brasileira (CEAB) e no Clube da Aeronáutica (CAER), mesmos locais onde, há duas semanas, a CBF organizou uma intertemporada para 95 profissionais do apito. Entre os trabalhos programados estão exercícios físicos, reuniões preparatórias e atuação na central do VAR.
“É exatamente como os atletas fazem antes de um jogo. A concentração e a preparação prévia para um jogo elevam o nível do foco e garantem uma melhor performance do árbitro. Esse é nosso objetivo”, disse o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme.
A ideia da CBF é repetir a concentração nas semifinais e na decisão da Copa do Brasil. A medida também poderá ser tomada nas rodadas finais do Brasileirão, quando, além da definição do campeão, estará em jogo a permanência de equipes na Série A e as vagas para a Copa Libertadores e Copa Sul-Americana do próximo ano.
A concentração de árbitros também é mais uma tentativa da CBF de diminuir a enxurrada de críticas à atuação da arbitragem brasileira, algo que ganhou força justamente nos jogos de ida das quartas de final da Copa do Brasil.
No confronto entre Flamengo e Athletico-PR, por exemplo, o árbitro de campo Luiz Flávio de Oliveira, além do VAR Wagner Reway, tiveram atuação muito questionada. Eles foram afastados das escalas no dia seguinte e incluídos no Programa de Assistência ao Desempenho do Árbitro (PADA) – popularmente conhecido como “curso de reciclagem”
No cargo de presidente da Comissão de Arbitragem da CBF desde o início de abril, Wilson Seneme também espera que a concentração dos árbitros se mostre como uma tentativa prática de melhora do nível de arbitragem. Ele tem sido alvo de fortes críticas de cartolas e da Associação Nacional de Árbitros de Futebol.
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