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“Crenças sobrepõem propostas”: Valenciano analisa por que ‘visão de mundo’ é crucial para eleger deputados e senadores

"Crenças sobrepõem propostas": Valenciano analisa por que 'visão de mundo' é crucial para eleger deputados e senadores

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Em uma eleição, a promessa de um novo “posto de saúde” parece ser a proposta mais concreta que um eleitor pode desejar. Durante a entrevista para o Ponto a Ponto, o secretário de Cultura de Maringá, Tiago Valenciano, que construiu um percurso profissional como analista político, também falou sobre o trabalho desenvolvido nesta área. Embora esteja fora da mídia local neste momento, Valenciano segue atendendo a imprensa nacional. 

E foi neste contexto que, durante o podcast, ele explicou que, na disputa por cargos no Legislativo, esse tipo de promessa – ações concretas, como a luta por um posto de saúde ou um hospital – pode ter menos impacto do que a identificação do eleitor com as “crenças e valores” do candidato.

Em entrevista ao podcast Ponto a Ponto, do Maringá Post, Valenciano explicou por que a “visão de mundo” se tornou o fator decisivo nas eleições legislativas brasileiras. “De 2014 pra cá, […] pra deputado federal, deputado estadual e pro Senado, essa questão das crenças e dos valores acabaram sendo fundamentais”, afirmou.

Ele citou as eleições de 2022 como exemplo. “Nós vimos várias viradas nas eleições pro Senado em 2022, e essas viradas eleitorais, elas surgiram de campanhas que estavam muito pautadas em crenças particulares, em verdades próprias, ou como o eleitor enxerga o mundo, do que necessariamente na proposta de cada candidato ao Senado”.

Segundo o sociólogo, isso ocorre, em parte, porque o eleitorado tem dificuldade em entender a função exata desses cargos. “Até porque as pessoas não sabem muito pra que que serve o Senado, né? É uma abstração no imaginário eleitoral”, completou.

O analista por trás da pesquisa

Na entrevista ao jornalista Ronaldo Nezo, Valenciano creditou essa análise aos anos de trabalho em sua empresa de pesquisas, a Nexos. Ele explicou que, nas “pesquisas de consumo interno” (aquelas encomendadas por grupos políticos e não divulgadas), o dado sobre “religiosidade” é um dos mais estratégicos e, muitas vezes, negligenciado pela mídia.

Ele destacou que esse fenômeno é diferente em eleições para o Executivo. Enquanto o voto para deputado ou senador se baseia em valores, a escolha para presidente, governador ou prefeito, segundo ele, ainda é mais impactada por “propostas mais concretas” e “planos de governo”, pois o eleitor enxerga nesses cargos o poder de execução orçamentária.

A entrevista completa com Tiago Valenciano, onde ele detalha também os desafios de sua gestão na Cultura, o impasse milionário do Cine Plaza e os planos para o Carnaval de Maringá, está disponível no canal do Maringá Post no YouTube.