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75% das pessoas seguem orientações de investimentos nas redes, mas especialista alerta para riscos

75% das pessoas seguem orientações de investimentos nas redes, mas especialista alerta para riscos

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Redes Sociais e influenciadores ajudam ou atrapalham o planejamento financeiro?

A presença das redes sociais na vida dos brasileiros têm aumentado diariamente. De acordo com relatório produzido pela We Are Social em parceria com a Meltwater, no início de 2024, 144 milhões de brasileiros tinham contas ativas em redes sociais.

Com um espaço cada vez mais relevante na vida dessa parcela da população, impulsionadas pela participação e aumento crescente do número de influenciadores digitais, as redes são cada vez mais parte decisiva das escolhas da população digitalmente ativa: 43% dos brasileiros afirmam já terem comprado algo por indicação de um influenciador, segundo dados da Statista, e, de acordo com a 12ª Pesquisa Anual da Deloitte, publicada em 2023, integrantes das Gerações Z e Millenials informam sentirem impactos das redes sociais em suas vidas financeiras e investimentos.

Influenciadores do mercado financeiro fazem parte destes números crescentes do meio digital. Divididos entre produtores de conteúdo, traders, investidores independentes e outros, apenas no segundo semestre de 2023, estes profissionais viram um aumento de 18.1% de seu nicho, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).

O poder de influência obtido por eles permeia mais que decisões de compras de produtos específicos, mas pode interferir em planejamentos financeiros e investimentos, preocupações progressivas dos brasileiros.

Segundo pesquisa realizada pela Planejar, em 2023, 82.3% dos brasileiros preocupam-se com o planejamento financeiro de suas famílias, porém apenas 27.2% desta parcela busca apoio profissional para essa tarefa.

Por outro lado, um estudo da B3 (Bolsa de Valores brasileira) mostrou que 75% das pessoas que optam por realizar seus primeiros investimentos, seguem orientações de influenciadores do nicho.

“Acompanhar um influenciador parece, muitas vezes, o caminho mais fácil. Muitas pessoas sentem-se familiarizadas com aquela pessoa, às vezes pela forma de falar ou realidade que ela mostra, mas é necessário pesquisar e garantir que aquele influenciador tem de fato propriedade no assunto, que toca em algo tão importante quanto o dinheiro,” diz André Bobek, especialista em planejamento financeiro e sócio-fundador da Mhydas Planejamento Financeiro.

Mesmo com a alta influência, pesquisas voltadas para a inadimplência do brasileiro, como o Raio-X da Inadimplência Brasileira, realizado pela MFM Tecnologia em parceria com o Instituto Locomotiva, mostram que 23% das pessoas afirmam que as redes sociais são o que mais as incentiva a terem um mau comportamento financeiro.

Outro estudo, realizado pelo Swiss Finance Institute Research, completa que 56% dos conteúdos disponíveis nas redes sociais são prejudiciais à saúde financeira dos usuários.

“Um influenciador do nicho pode, claro, ser uma fonte interessante de conteúdo e informações. Porém ele não pode substituir por completo o trabalho de um especialista. É preciso um acompanhamento detalhado para análise financeira e atenção aos movimentos a serem feitos de acordo com a realidade de cada cliente, que é o mais importante quando falamos sobre esse mercado. Não podemos dar um passo maior do que damos conta e nem se basear pela realidade apresentada nas redes sociais que, na maioria das vezes, demonstra um alcance muito simples ao dinheiro”, argumenta Bobek.

O especialista ainda aconselha, “olhar para o dinheiro é muito importante e as redes sociais podem ser grande aliada quando utilizadas de forma correta. Acompanhar metodologias, fazer cursos e coletar informações nunca é demais. Só é preciso cautela sobre como gerenciar tudo isso e acompanhar perfis que tenham credibilidade. Inclusive na própria internet e canais de imprensa é possível encontrar essas listas. Fato é que com dinheiro não se brinca e para grande parte dos brasileiros, a renda é escassa”, finaliza André Bobek.